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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fique por Dentro!@#: Etimologias

Nesta seção, buscaremos explicar de onde vieram tantas expressões que nos tomam de assalto dia após dia. É um trabalho dos mais competentes realizado pelos melhores linguistas dos sete mares, incluindo aqui o MARcos, poliglota estudioso e esforçado, que nos presta consultoria a cada ida à banca de jornal, seu atual ganha-pão.

Don’t sell me short!

Expressão recorrente no hablar anglófono, não se pode dizer que se trata de um uso bastante acurado, vez que não transparece no uso o real conhecimento da origem da mesma. O uso da expressão remonta não apenas à França napoleônica, mas ao próprio Napoleão. É sabido que, devido a sua pequena estatura, Napoleão vivia às turras com os alfaiates do império, todos ingleses. Em busca da calça perfeita que não apenas o protegesse de perder a guerra como chegou a perder, mas que também combinasse em gênero, número e grau (este é um post linguístico!) com seu tão alardeado cavalo branco, o liliputiano francês bradava frequentemente com seus insulares subalternos que ele não estava satisfeito com um short e que queria sim uma calça de respeito. Don’t sell me short! era uma espécie de grito do Sena do imperador. Claro que aqui entra a verdadeira curiosidade da origem desta exortação. O corso-imperador, francófono que era, tinha enorme dificuldade em pronunciar em completo todos os fonemas presentes em shorts, transformando-o assim em short, baixinho, do inglês, adaptando assim a fala à sua própria condição de pintor de rodapé. Assim como a comida enlatada, a expressão foi levada a toda extensão do império napoleônico, alcançando em pouquíssimo tempo status de expressão global, com direito a passaporte livre e carinhas felizes na caderneta escolar. O último grande citador desta pérola napoleônica foi o também baixinho Romário, que, num drible linguístico tão ou mais impressionante que seu aclamado elástico, atualizou a consagrada expressão para Sell me short, fish! Acenando aqui para as características mais tropicais de sua terra natal, Jacarezinho. Simplesmente divino!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os 10 maiores gols de Ronaldinho Gaúcho de todos os tempos (parte 2))















4- Disney F.C. Inc. 1 X 0 S.C. Fox Group.

Ronaldinho Gaúcho possui, é fato, um talento excepcional. Priceless. Um belo dia mesmo, durante uma pelada beneficente entre os amigos de Michael Eisner e os amigos de Rupert Murdoch para levantar fundos para Bill Gates, outrora o homem mais rico do mundo, agora miseravelmente relegado ao quinto lugar, Ronaldinho Gaúcho tentava disfarçar seu habitual acabrunhamento diante de tanto brilho, luxo e ostentação demonstrada na mundialmente famosa Rodeo Drive, a Uruguaiana de Massachussets.


Reconhecidamente humilde e pouco afeito aos blig-blings e jóias envergadas pelos gangsta-funkeiros e patrecas-biatches tão comuns nas terras do velho quaker, o Tio Sam, Ronaldinho fazia acrobacias e embaixadinhas com a pelota feita de couro de zibelina, quando, lá pela porrilhonésima embaixada feita com a nuca (tinha vergonha de levantar a cabeça), num átimo, pra acabar logo com aquilo e voltar de uma vez para a Vila Cruzeiro para comer pastel na casa da avó do Adriano, partiu com ela dominada de sua intermediária, driblou Donald Trump, que tentou demití-lo em vão, partiu para cima de Hugh Hefner que leva drible da vaca o tempo todo mesmo, e deu um balão em Eike Batista, que tentou comprar dele o balão. Deu um corte seco em Mark Zuckerberg, que num embalo só, procurou seus amigos mas ninguém gostou, caiu pela ponta e tirou, num drible sensacional, o Sheik de Agadir (milionário do ramo dos motéis) e todo o seu séquito de 40 eunucos banhados a ouro, quando armou o petardo com tanta violência, que o goleiro – Tio Patinhas – tentou defender o chute, mas a pressão foi tão grande que lhe transformou as luvas em diamante, e os olhos em enormes cifrões. Maravilhado, o velho pato escocês largou pra lá a bola, que foi cair lá no gogó cravejado de brilhantes da ema.

5- Inter de Milão 5 x 0 Milan

Ronaldinho Gaúcho é, de fato, assombrosamente habilidoso. E deu mais uma demonstração de sua fenomenalidade num dos momentos mais difíceis de sua carreira. No período em que disputou o calcio italiano, Ronaldinho Gaúcho acabava com o derby milanês, atuando pelo nerazzurri, quando em absurdo lance de violência crua, com requintes de crueldade e dirigido por Quentin Tarantino, Don Vitto, volante do Milan, da seleção italiana e da Camorra, desferiu uma tesoura voadora que faria o Verdugo se benzer, acertando a canela esquerda de Ronaldinho Gaúcho, tornando-a uma trilogia. Contorcendo-se em dor, Ronaldinho não se faz de rogado. Pulando numa só perna, tal qual um saci ensandecido, retoma o controle da redonda, e avança perigosamente rumo a meta milanista. Don Vitto não acreditava em seu olho (único. O outro foi oferecido em sinal de lealdade ao presidente do clube, Berluscorleone), e partiu em velocidade dando um carrinho do tipo terra-ar, que atingiu em cheio o joelho direito de Ronaldinho Gaúcho fazendo os dois (Ronaldinho Gaúcho e seu joelho) gritarem em dueto, tamanha a dor. Mas o R10 não é fenomenal à toa, e, pondo-se de cabeça para baixo, dominou a bola com extrema maestria em seu nariz, enquanto limpava o caminho com seus dentes, em um drible que mais tarde batizara de “Maria Fumaça” por conta da semelhançacom um limpa-trilhos das antigas locomotivas. Don Vitto não pode se conter, e, diante daquele espetáculo de superação humana, chorou, muito emocionado, ao desferir um round-house kick, que quebrou duas costelas do fenomenológico futebolista. Chuck Norris não conseguiria olhar essa cena sem gemer baixinho de agonia. Mas Ronaldinho não foi eleito o melhor do mundo por nada. Com sua coluna já exposta, Ronaldinho Gaúcho dominou a gorduchinha na pequena área. Com um drible de corpo (ou parte dele)tirou do goleiro e, num totozinho, mandou a maça lá no gogó da ema, enquanto um outro jogador, visivelmente gordo, roliço e fora de forma, chorava pelo seu joelhinho ralado.


6- Comunidade Cryptus Rá 3 X P, pras quatro, e a abelhinha faz zum zum zum...

No início da década de 70, Ronaldinho Gaúcho havia sido convidado pela Revista Rolling Stone para um pequeno torneio em Las Vegas. Eis que o R10 aproveita a oportunidade para cruzar o deserto de Nevada a bordo de um Chevette Hatch verde azeitona. Acompanhavam o craque dos dentes tortos um tal Dr. Gonzo - um boneco muppet samoano de quase dois metros de altura, com bacharelado em direito,mas que não passava na prova da OAB por porra nenhuma; e seu segurança particular Raoul Jonhonho, o Porrolha, por causa do tamanho de sua mão - uma porrolha desse tamanho. Na mala do Chevette, (apelidado de Lídia Brondi, porque até era bonitinho, mas tinha uma traseira ridícula) três garrafas de Cantina da Serra, duas caixas de caramelo “Zorro” e alguns pacotes de biscoito Globo, e uma garrafa de Catuaba Sansão. Era a chance do trio viver o sonho americano: cruzar o deserto com nenhuma companhia a não

ser as estrelas no céu, a paisagem erma, a mala do carro recheada de porcarias alucinóginas e o cara de “Man vs. Wild”.

À noite, cansados de cruzar o deserto naquela fumbica que estalava mais que andava, o trio decide montar um acampamento, acender uma bela fogueirinha e encher os cornos daquela porcariada toda. A combinação de insolação, Cantina da Serra e a Catuaba, começou a fazer efeito: Ronaldinho ficou mais trincado que um vampiro que, por acidente, tivesse mordido Keith Richards. Num rompante, o R10 gritou "KIKERÁ!", pegou a bola e partiu em direção a um par de cáctus que lhe parecia uma baliza. Contra ele, haviam mais de 50 jogadores com cara de lagarto, braços iguais aos do Popeye e a voz do Agnaldo Rayol gritando “YOU SHALL NOT PASS!!!”. Ronaldinho não quis saber, e partiu pra dentro dos caras. Entrou num submarino amarelo que pintara por ali, com a chave na ignição ainda, e com o auxílio de um flan de baunilha como co-piloto, entrou dentro da narina esquerda de um dos caras (que agora mais parecia com o deus hindu Ganesha.) Foi torpedeado com a bola dominada em uma das 40 pernas que tinha, quando entrou em um vortex na narina esquerda de outro cara, que agora parecia a Baby Consuelo. Mas a habilidade do gaúcho era algo transcedental mesmo bróder, uma coisa massa, bicho! Numa tabelinha com Santo Daime, invadiu a área de aquarius e, numa cavadinha, acertou os 352 gogós das emas que estavam ali, curtindo a vibe, com a Lua na sétima casa e Júpiter alinhado com Marte...

(continua!)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os 10 maiores gols de Ronaldinho Gaúcho de todos os tempos (parte 1)











1- Roma 0 X 1 União Barbarense – Final da Champions League de 476 d.C.

Resultado histórico que sedimentou definitivamente a fama de Ronaldinho Gaúcho em gramados europeus. O time da Roma demonstrava sua habitual empáfia e menosprezo pelos adversários, promovendo orgias bacanais e surubas na casa de seu goleiro Brunus. A imprensa alardeava a má forma física do time interiorano. “É um time de godos” era o que se lia. Mas não contavam com o gênio – mesmo fora de forma – de Ronaldinho Gaúcho que, faltando um tantinho assim pra acabar a areia da ampulheta – recebe a bexiga de carneiro (ou a cabeça do último imperador romano), domina na coxa, passa por dois defensores da guarda pretoriana e fuzila lá no gogó da ema. Fim de jogo, a torcida da União Barbarense invade Roma em festa sem fim, vandalizando a porra toda.

2- Trailer do Pipica 2 X 0 Pavunense de Inhaúma – Final da Liga de Pelada pré Carnaval do Aterro do Flamengo de 1985.

No explendor da forma física, Ronaldinho Gaúcho deixa o mundo boquiaberto ao marcar os dois gols da partida, o segundo um espetáculo. Ronaldinho, atuando pelo Trailer do Pipica, onde é habitué e grande consumidor do especial da casa – o caldinho do Pipica – recebe a redonda na intermediária de seu campo de defesa, diretamente do goleiro Pasqual Dois-em-Um (apelido ainda não explicado pelo vesgo guarda-redes), desce pela lateral, dribla o volante, dribla o lateral, dribla o zagueiro, dribla o goleiro, e alucinado pela seqüência de dribles desconcertantes, segue adiante, dribla um guarda de trânsito na Praia do Flamengo, corta para a rua do Catete onde dribla de maneira humilhante uma passeata da UNE exigindo eleições diretas para a presidência do Palmeiras. Segue driblando para a Glória, faz a quebra-de-asa e cai pela rua da Lapa, onde se livra da marcação cerrada de Kathlin Mary, travesti que fazia hora-extra com alguns desertores da manifestação da UNE. Sobe a Mem de Sá, dribla quatro mendigos bêbados com um único drible-da-vaca, irrompe pela Frei Caneca onde invade uma pelada na estação do Estácio, dribla o juiz, os dois times, a torcida e alguns estudantes que não conseguiram chegar a tempo da passeata da UNE porque não sabem andar de metrô, e fuzila lá no gogó da ema. Golaço!

3- Santos 5 X 2 Benfica – Final do Mundial de Interclubes de 1962

Era a primeira vez que um clube brasileiro disputava uma final do campeonato mundial de clubes, mas o Santos era uma máquina de jogar futebol, que contava com talentos como Pepe, Melgálvio e um rapazinho que assombrara o mundo anos antes com um talento sobrenatural: Ronaldinho Gaúcho.

A imprensa européia não conhecia o time do Santos, mas fazia alguma idéia do talento magistral do R10. Mas nada preparara os presentes para o que estava por vir. Em sua primeira oportunidade com a pelota dominada na meia-cancha, Ronaldinho Gaúcho faz o breque, vira-se para sua própria meta – assustando a todo o time do Santos que achara que o gaúcho enlouquecera, prepara um petardo descomunal, que isola a gorduchinha do Estádio da Luz. O que não se sabia, na época, é que o chute fora meticulosamente calculado com impressionante força e precisão. A bola subira tão alto que encontrara assim a própria curvatura do planeta Terra, entrando em órbita numa velocidade furiosa, e, após dar uma volta em torno do dito planeta, chocou-se violentamente contra um satélite espião russo, retornando ao chão e indo encontrar justamente o cocuruto do centro-avante da equipe da baixada – um tal Pelé – que no reflexo, achando ser um meteorito ou uma barata voadora, desengonçadamente desvia a bola, mandando-a lá no gogó da ema. Gol de Pelé, mas o juiz, assombrado, assinalou Ronaldinho Gaúcho em letras trêmulas na súmula, como autor do tento.

(continua!)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Campanha Dentro!#% para o fim do preconceito aos preconceituosos : entre nessa!


         É sempre a mesma história. Você chama alguém de “amarelo” e em troca é atacado por olhares irados. Segunda ocasião: Praticamente a mesma situação. Você chama o rapaz de afro-brasileiro, termo correto, corrente e digno que visa corrigir em 15 caracteres (imagina o poder que um Twitter não tem) todas as injustiças históricas sofridas por este distinto grupo de nossa sociedade. Cheio de politicamentecorretice, você sorri, sabendo que está fazendo ali justiça com a própria língua (no caso aqui a parole, a langue em ação, e não o que você está pensando), e você recebe, adivinhe você... mais olhares irados, desta vez com o comentário: “Pará de demagogice! O bagulho aqui é 100% preto!” Preto é cor, negro é raça! Poodle também é raça, mas este costuma ser branquinho. Tem grana não tem cor, é pobre vira preto. Existe solução para o conflito de castas?

     Pensando nisso a ABraPICA (Associação Brasileira de Palhaços Indiferentes aos Comentário Ácidos) lançou a campanha que visa pôr um fim ao preconceito dirigido ao preconceito. A associação distribuiu pela cidade, especialmente em regiões frequentadas majoritariamente por crianças, bonecos que visam ilustrar o real comportamento que as pessoas que sofrem qualquer tipo de preconceito devem ter. Segundo a Palhaça Carequinha-Patata, presidentea da ABraPICA, os locais foram escolhidos por ser reconhecida a influência positiva da campanha em crianças, aproveitando o visual do palhaço e o fato delas representarem nosso futuro. Perguntada se não seria melhor inventar uma outra palavra que retomasse a dignidade aos preconceituosos, algo como "pessoa-contrária-ao-senso-comum-e-incapaz-de-digerir-os-princípios-de-bondade-das-produções-Disney”, Patatinha, como é chamada pelos amigos de picadeiro, chamou atenção para o ridículo de se buscar ações apenas no campo da fala, além do fato do termo ser por demais extenso para a fala corriqueira. Ela acredita que a verdadeira ação está no fazer e sugere que, a cada demonstração irracional de preconceito, que a vítima do mesmo não se deixe ofender. Segundo a idealizadora do projeto, a vítima do comentário mordaz não deve se abalar e baixar ao mesmo nível do ofendedor. O correto nestes momentos, segundo pesquisas de institutos muito importantes cujos nomes ela não se lembra, é fazer de seus olhos cruz, como os peixinhos mortos dos desenhos animados. A vítima deve também sorrir um sorriso muitíssimo dos abertos e, acima de tudo, permitir que lhe seja enfiado goela abaixo qualquer lixinho que o ofendedor tiver em mãos. Segue a imagem de um dos palhaços-propaganda da campanha.

1. Palhaço-propaganda, demonstrando a real ação a ser 
tomada ao sofrer comentários preconceituosos.

    
       Este humilde repórter se pergunta agora quanto tempo teremos de esperar para que vejamos nas ruas a campanha em favor dos lipofóbicos (uma almofada em forma de pessoa gorda que ao ser espancada geraria um som de risada infantil), em favor dos amarelofóbicos (mesma coisa em forma de chineses), ou como meu caso, em favor dos burrofóbicos (vamos ler mais, negada!).

     P.S. do mundo real: Como diabos a Associação dos Biscoitos Palhacitos não vê problema algum nesta imagem tão corriqueira nos parquinhos de nossa cidade? Cadê o respeito por tudo que os palhaços significam para nós? 

-Heu!