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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Campanha Dentro!#% para o fim do preconceito aos preconceituosos : entre nessa!


         É sempre a mesma história. Você chama alguém de “amarelo” e em troca é atacado por olhares irados. Segunda ocasião: Praticamente a mesma situação. Você chama o rapaz de afro-brasileiro, termo correto, corrente e digno que visa corrigir em 15 caracteres (imagina o poder que um Twitter não tem) todas as injustiças históricas sofridas por este distinto grupo de nossa sociedade. Cheio de politicamentecorretice, você sorri, sabendo que está fazendo ali justiça com a própria língua (no caso aqui a parole, a langue em ação, e não o que você está pensando), e você recebe, adivinhe você... mais olhares irados, desta vez com o comentário: “Pará de demagogice! O bagulho aqui é 100% preto!” Preto é cor, negro é raça! Poodle também é raça, mas este costuma ser branquinho. Tem grana não tem cor, é pobre vira preto. Existe solução para o conflito de castas?

     Pensando nisso a ABraPICA (Associação Brasileira de Palhaços Indiferentes aos Comentário Ácidos) lançou a campanha que visa pôr um fim ao preconceito dirigido ao preconceito. A associação distribuiu pela cidade, especialmente em regiões frequentadas majoritariamente por crianças, bonecos que visam ilustrar o real comportamento que as pessoas que sofrem qualquer tipo de preconceito devem ter. Segundo a Palhaça Carequinha-Patata, presidentea da ABraPICA, os locais foram escolhidos por ser reconhecida a influência positiva da campanha em crianças, aproveitando o visual do palhaço e o fato delas representarem nosso futuro. Perguntada se não seria melhor inventar uma outra palavra que retomasse a dignidade aos preconceituosos, algo como "pessoa-contrária-ao-senso-comum-e-incapaz-de-digerir-os-princípios-de-bondade-das-produções-Disney”, Patatinha, como é chamada pelos amigos de picadeiro, chamou atenção para o ridículo de se buscar ações apenas no campo da fala, além do fato do termo ser por demais extenso para a fala corriqueira. Ela acredita que a verdadeira ação está no fazer e sugere que, a cada demonstração irracional de preconceito, que a vítima do mesmo não se deixe ofender. Segundo a idealizadora do projeto, a vítima do comentário mordaz não deve se abalar e baixar ao mesmo nível do ofendedor. O correto nestes momentos, segundo pesquisas de institutos muito importantes cujos nomes ela não se lembra, é fazer de seus olhos cruz, como os peixinhos mortos dos desenhos animados. A vítima deve também sorrir um sorriso muitíssimo dos abertos e, acima de tudo, permitir que lhe seja enfiado goela abaixo qualquer lixinho que o ofendedor tiver em mãos. Segue a imagem de um dos palhaços-propaganda da campanha.

1. Palhaço-propaganda, demonstrando a real ação a ser 
tomada ao sofrer comentários preconceituosos.

    
       Este humilde repórter se pergunta agora quanto tempo teremos de esperar para que vejamos nas ruas a campanha em favor dos lipofóbicos (uma almofada em forma de pessoa gorda que ao ser espancada geraria um som de risada infantil), em favor dos amarelofóbicos (mesma coisa em forma de chineses), ou como meu caso, em favor dos burrofóbicos (vamos ler mais, negada!).

     P.S. do mundo real: Como diabos a Associação dos Biscoitos Palhacitos não vê problema algum nesta imagem tão corriqueira nos parquinhos de nossa cidade? Cadê o respeito por tudo que os palhaços significam para nós? 

-Heu!


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